Pílulas (Frase da Semana)

s vezes nossas escolhas erradas podem nos levar ao caminho certo."

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sexta-feira, 29 de junho de 2012

No Regrets



Essa semana eu conheci uma nova série de TV e já me apaixonei.  É “Being Erica”, uma série canadense, nem sei se foi exibida no Brasil. A história é de uma mulher de 32 anos, solteira, sem emprego e nada dá certo na vida dela. Erica se sente uma loser, uma fraude, e não consegue entender direito como chegou até ali. Afinal, ela era uma “promessa”:  é estudada, inteligente, bonita, gente boa… Mas acredita que tomou alguns caminhos errados ao longo da vida. Ela então tem a oportunidade de fazer uma terapia beeeeem diferente (e ficcional, claro) – com a ajuda do “Dr. Tom”, Erica pode voltar ao passado, reviver algumas situações que provocam arrependimento e mudar aquilo que ela considera que foi uma escolha errada.

 A cada capítulo a gente acompanha Erica em diferentes fases da vida, olhando para tudo com a mente de hoje e tentando resolver as coisas. Não tem como eu não me identificar, né? Se tem uma coisa que eu acumulei durante a vida foram esses pequenos arrependimentos, nem sempre sérios, mas coisinhas que se eu pudesse, teria feito diferente. Isso sempre me angustiou muito.

 Mas agora, observando a série e podendo refletir a respeito, eu percebi algumas mudanças na minha forma de ver as coisas. Tanto que os últimos posts sempre têm falado de Escolhas, e isso não é um momento isolado. Só agora eu percebi que estou no meio desse processo, essa mudança de conceitos, esse desprendimento em relação ao passado. Ver-se livre dessas culpas é algo realmente libertador, não conheço nada melhor.

 Algumas constatações têm sido particularmente impactantes:

Nem todas as más escolhas são escolhas erradas. Ninguém tem bola de cristal para visualizar o futuro cada vez que uma decisão precisa ser tomada. E também ninguém tem como saber como seria o futuro se a escolha tivesse sido diferente. Então não há garantias de que uma decisão aparentemente mal feita, não foi a melhor naquele contexto, pois foi ela que nos trouxe até onde chegamos e sem ela não poderíamos ter consciência disso. São as pequenas escolhas erradas que nos ensinam a fazer as grandes escolhas certas.

Não existe Loser, por que a gente sempre faz tudo que faz, com os recursos que a gente tem. Não se deve sentir culpa por ter feito aquelas escolhas, porque naquele contexto, era tudo que tinha a fazer. Ninguém faz escolhas erradas propositalmente. É muito fácil olhar para trás e ver uma série de erros, quando já estamos de fora e sabemos o que aconteceu depois. Nós só podemos decidir entre as opções que nos são apresentadas, mas não podemos escolher que opções serão estas. Se tivermos A ou B em nossa frente, não podemos escolher K. Além disso, todas as nossas ações são fruto de um conjunto de fatores que são definidos de acordo com a nossa maturidade, capacidade de análise, senso de responsabilidade, motivação pessoal, interferência de outras pessoas, enfim, uma série de condicionantes diretamente ligados ao momento específico em que estamos. Como o ser humano é altamente mutável, em cada momento da nossa vida temos recursos diferentes para fundamentar nossas escolhas. Portanto contextos diferentes requerem escolhas diferentes. O certo e o errado só são comprovados tempos depois, de acordo com as conseqüências geradas.

"São as escolhas que você faz que definem quem você é". Isso é um fato. Qualquer decisão que eu tivesse tomado de diferente, me impediriam de ser a pessoa que sou hoje. Se eu poderia ter me tornado uma pessoa melhor ou ter uma vida mais próspera? Nunca saberei. Mas eu prefiro acreditar mais em quem eu realmente sou que em quem poderia ter sido.

 Ao fim de cada episódio, Erica se vê tomando a mesma decisão que considerava errada, percebe as razões que a levaram a isso, e que não poderia fugir daquela escolha. E que tudo que aconteceu foi melhor do jeito que foi mesmo. Ao contrário da personagem, eu não tenho a possibilidade de voltar ao passado e mudar minhas escolhas. Mas não deixa de ser reconfortante entender que se estivesse lá de novo, acabaria fazendo tudo do mesmo jeito. Pois se são as minhas escolhas que definem quem eu sou, são as circunstâncias que definem minhas escolhas. E quanto a isso, eu não tenho nenhum poder de questionar.


"Nossas vidas são como torres de cartas. Algumas delas são enfeites, enquanto que outras são colunas, que sustentam todas as outras. Remova uma dessas colunas, e tudo desaba. Tire o que te faz de você "você", e se tornarás outra pessoa" (Dr. Tom, personagem do seriado "Being Erica")


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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Quem Eu Sou




Todo mundo sente-se meio perdido em algum momento da vida. Não é à toa que questões como “quem eu sou, para onde vou” assolam a vida dos grandes pensadores há vários séculos. Se os grandes pensadores ainda não conseguiram chegar a alguma conclusão, também eu não me atrevo a tentar fazê-lo. Mas acho que entendo um pouco de onde vem essa inquietação, tão inerente ao ser humano.

A verdade é que passamos pela vida em um eterno processo de mutação. Nunca conseguiremos nos conhecer de fato, pois estamos sempre nos adaptando, fazendo concessões, refazendo projetos, improvisando. Nossos gostos, nossos sonhos, tudo vai modificando conforme as circunstâncias, sem sequer notarmos. Não conseguimos perceber o quanto mudamos. No máximo sentimo-nos perdidos em meio à tanta correria, mas como não vemos o tempo passar, ele segue, sutil e sorrateiro, levando consigo pequenos pedaços de nós pelo caminho. Em meio a tantas voltas - e perdas - esquecemos quem de fato somos.


Mas não precisa terminar assim. Tudo que a vida nos toma, ela traz de volta, de alguma forma. Em algum momento, de repente algo passa por nós, ligeiro, numa fração de segundo. Uma música antiga, uma foto, um cheiro... E nos arrebata de uma forma tão intensa, que nos perdemos do tempo. Presente e passado se chocam, lembranças vêm à tona. Lembramos dos sonhos perdidos, dos projetos deixados de lado, dos ideais esquecidos, dos anseios do passado. Lembramos de como éramos e o que era mais importante em outros tempos, outras circunstâncias, outras vidas... Essa é a máquina do tempo mais poderosa que existe! 

Algumas vezes precisamos reconhecer que nos perdemos de nós mesmos. Essa é uma pequena chance que a vida nos oferece de tempos em tempos, para olhar o passado, nos lembrar quem realmente somos, escolher quem queremos ser e traçar um novo caminho. Para nos reconstruir, resgatar, recriar o presente e refazer o futuro.

Posso até não saber ao certo quem eu sou. Mas não quero nunca me perder de quem eu desejo ser.





Se não estivéssemos tão empenhados 
 Em manter nossa vida em movimento,
E pelo menos uma vez pudéssemos não fazer nada.
Talvez um enorme silêncio 
Pudesse interromper a tristeza 
De nunca entender a nós mesmos 
E de nos ameaçarmos com a morte. (Pablo Neruda)



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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Escolhas II




Da série “coisas que não nos ensinam sobre a vida”, hoje quero falar mais um pouco sobre nossas escolhas, e onde elas deveriam nos levar.
Todo mundo tem um sonho. Não precisa ser grandioso. Pode ser um desejo bem simples, uma profissão, um determinado tipo de casa, um estilo de vida. Todos têm uma idéia de onde querem estar daqui a 20, 40 ou 60 anos. E alcançar esse alvo seria de certa forma algo muito simples, quase óbvio; se eu tenho um objetivo na vida, ou um sonho, devo fazer um plano para realizá-lo e, a partir daí, fazer escolhas que me levem até a concretização deste. Tão fácil, não é? Sem mistério...
Mas não é o que fazemos. Pelo contrário, nós andamos como cegos, dizendo ‘sim’ ou ‘não’ para todas as oportunidades que surgem na nossa frente, na esperança de que ‘o destino nos leve até lá’ milagrosamente. Mudamos de planos cada vez que uma porta se fecha ou outra se abre, inventamos novos sonhos cada vez que as circunstâncias mudam. Vamos nos adaptando às mudanças sutilmente. Ou não.
Mas aí o tempo, implacável, vai passando e então nos damos conta – por vezes tarde demais – de que tomamos um caminho tão contrário ao que queríamos, que melhor seria escolher outro sonho para não ter que lamentar a perda, ou para tentar ser feliz assim mesmo. E aí como consolo, dizemos que foi ‘vontade de Deus’. Podemos realmente nos conformar ou esperar, acreditar que ‘se for para ser, a vida nos levará até lá’. Mas não sei se é bem assim que funciona. Certamente não tem funcionado comigo.
É verdade que muitas vezes o resultado é muito melhor do que o esperado. Um futuro do qual nem poderíamos imaginar pode acontecer mesmo. Mas confiar nisso é uma escolha arriscada. Muito além de sorte e acaso, são as escolhas certas – e tomadas racionalmente – que podem aumentar as nossas chances de termos a vida que desejamos. E essa verdade, infelizmente não nos é devidamente ensinada no início da vida, quando temos todas as possibilidades ao nosso alcance. A consciência de que somos responsáveis por nossas vidas, por nosso destino.
O Senhor nos dirige os passos. Mas não anda em nosso lugar.
Deus nos fez com capacidade de raciocínio, consciência, discernimento, livre-arbítrio. Devemos usá-los. Você pode acreditar em destino, ou vontade de Deus, e eu não contesto isso. É possível realmente que todos os caminhos levem a um só lugar, o que ‘era para ser’ ou que ‘estava escrito’. Mas ter consciência do caminho a tomar nos permite chegar ao alvo dando menos voltas, menos tropeços e, perdendo menos tempo corrigindo erros, começando e recomeçando, podemos desfrutar a recompensa por muito mais tempo.


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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Moving Forward (FF)



“Costumam-se tirar fotos de escaladores no topo da montanha. Nessas fotos eles estão sempre sorrindo, estáticos. Triunfantes. Mas ninguém tira fotos durante o trajeto. Ninguém quer se lembrar do resto. Nós nos esforçamos porque precisamos, não porque gostamos.
A subida cruel, a dor e a angústia de se esforçar mais, de subir mais um pouco, disso ninguém tira foto. Ninguém quer se lembrar disso. Porque só queremos lembrar a vista do topo. O momento de tirar o fôlego, no topo do mundo. É isso que nos mantém escalando. E isso vale a dor. Essa é a maluquice. Faz tudo valer a pena.” (Meredith Grey, em ‘Grey’s Anatomy’)

Na faculdade, nas aulas de filosofia (que eu detestava) eu aprendi um conceito novo pra mim, a chamada Física Quântica. Não me perguntem o que é ou como explicar, porque eu não sei nada. A única coisa que eu consegui reter de toda a aula, é que a física quântica não leva em consideração o trajeto, a história, mas só o ponto final, o resultado. É como assistir a primeira cena de um filme e logo pular para a última, quando tudo está resolvido e o objetivo alcançado.
Nem sei se essa é a definição correta da física quântica (provavelmente não! rs), mas eu sempre pensei muito sobre isso. Em como costumamos usar exemplos de vida para justificar o nosso esforço, como alvo a ser alcançado.
“Fulano de tal nasceu pobre e hoje é um advogado muito famoso.”
“Fulana passou por algumas desilusões amorosas, mas conheceu alguém maravilhoso e agora está muito bem casada.”
“Não-sei-quem está curado do câncer, agora está tudo bem com ele.”
“Ela sabe dar ótimos conselhos, é uma pessoa muito sábia.”

Todo mundo enaltece os resultados, mas ninguém menciona o caminho percorrido para que essas pessoas chegassem lá. Todo o sofrimento, o esforço, as lutas que enfrentaram. As perdas, as humilhações, o choro, a dor... as negativas, os fracassos, a vontade de desistir de tudo. A impaciência da demora, sensação de que a espera não vai terminar nunca. O vazio. E tudo sem nenhuma garantia. Disso ninguém fala. Está certo que devemos focar o alvo e seguir em frente, isso é inquestionável. Mas quando somos nós que estamos passando pelo vale, é muito difícil acreditar há uma saída, pois não somos ensinados a percorrer o caminho, lidar com as dificuldades. O preço que deve ser pago.
Então nessa hora o que sentimos é um desejo incontrolável de voar. Saltar no tempo, e chegar logo ao topo. De fechar os olhos e, num passe de mágica, estar naquele lugar, onde todos os problemas estão resolvidos, os sonhos alcançados, e sentir no rosto a brisa fresca do sucesso. De se encontrar lá na frente e olhando para trás – para o hoje – e vendo que valeu a pena. E é lá que descobrimos então, que na vida nós não somos apenas escaladores.
Somos equilibristas.



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segunda-feira, 26 de março de 2012

Escolhas (Parte 1- Sabedoria)



           Hoje eu comecei a ler um livro e, pelas primeiras páginas, já percebo que falarei bastante dele por aqui. O título é ESCOLHAS, de Roberto Aylmer. É o tipo de livro que eu gosto, com muitos exemplos e testemunhos pessoais do autor. E o assunto não poderia ser mais oportuno, pois o livro chega às minhas mãos no mesmo dia em que eu começo a perceber que terei uma difícil decisão a ser tomada até o fim próximo mês. Decisão essa que poderá mudar todo o curso da minha vida... ou não.

           No primeiro capítulo ele começa falando sobre o que motiva nossas escolhas. A diferença entre seguir a razão e o coração. Eis um trecho:

         “Siga seu coração... Faça o que tem vontade... Viva o momento... [...] Compre agora e pague depois... Você tem o direito de ser feliz [...] A mensagem subliminar dessa filosofia sem autor é: pense em você e não se importe com as conseqüências... Pode ser lindo num filme que acaba em duas horas ou num comercial de trinta segundos, mas quando falamos de vida real, quando buscamos construir um nome e realizar coisas com um propósito de fazer para durar, esses conceitos são como o cupim na madeira macia: ele destrói tudo comendo de dentro para fora. As idéias do tipo viva o agora atraem as multidões porque oferecem alívio imediato, sem a preocupação com o depois. Mas é neste depois – chamado futuro – que vamos morar.”

          Que responsabilidade enorme nós temos nas mãos. Um passo em falso e tudo pode-se perder. Mais do que vontade, escolhas requerem sabedoria. Mais adiante, o autor fala da diferença entre sabedoria e inteligência, explicando que a sabedoria avalia as três esferas passado/presente/futuro e faz a decisão levando em conta a interação entre elas. Ser sábio é ser um pouco profeta. É se antecipar na descoberta das conseqüências das escolhas que são tomadas e entender que as atitudes de hoje são reflexos das experiências de ontem, mas que definirão e afetarão o amanhã.


"A experiência é uma excelente professora, 
mas seu preço é EXORBITANTE."




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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Perdoar é Esquecer?



Acredito realmente que não.

Muito se fala sobre o perdão, mas o que eu percebi é que se falam sempre as mesmas coisas. Sobre o mandamento de Jesus (“70 vezes 7”), sobre o perdão divino (os pecados que são jogados no “mar do esquecimento”), sobre a importância desse para a saúde mental e espiritual do homem “de bem”. Mas vejo que pouco se fala do perdão na prática, no dia-a-dia mesmo, como ele realmente é. E o que realmente é.

Na minha humilde visão, Perdoar é uma ESCOLHA. É, mesmo diante do ressentimento, da decepção ou até mesmo da raiva, DECIDIR passar por cima de tudo isso, e seguir adiante como se esses sentimentos não houvessem presentes, até que, com o passar do tempo e naturalmente, eles de fato não existam mesmo. É reconhecer o outro como um ser humano passível de erros, tanto quanto você é.

Perdoar é AÇÃO. É agir para com o ofensor como se não houvesse havido ofensa. É ter a atitude de não retribuir o mal que foi feito, abrir mão da justiça própria e até mesmo da recompensa. É permitir espaço para que a confiança seja restabelecida. É dar uma nova chance, o primeiro passo de um novo caminho a ser trilhado.

Mas Perdoar, diferente do que muitos acreditam, não apaga o mal que foi feito nem muda a história, uma vez que ninguém tem poder pra isso. Perdoar não muda sentimentos nem apaga as conseqüências dos erros, tampouco transforma pessoas más em boas, instantaneamente. Perdão também não é um sentimento. Não é uma sensação, nem uma palavrinha mágica. E Perdoar não é confiar. Confiança é algo que precisa ser construído, e, no caso do perdão, reconstruído.

Dizem que perdoar é esquecer. Isso não é verdade. Na realidade, o nome disso é AMNÉSIA. E é um perigo. Porque quando esquecemos completamente o mal que nos foi feito, corremos o grande risco de permitir que eles se repitam. Ta certo que devemos ter um coração disposto ao perdão, mas isso não pode ser confundido com INGENUIDADE. Vamos combinar... É verdade que perdoar é divino. Mas cair nas mesmas ciladas, quando já se sabe o risco, é burrice, né não?


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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças



Como se elimina uma lembrança?

No filme mencionado no título, o protagonista vive em um tempo em que é possível excluir permanentemente da mente, lembranças seletivas. Um trauma de infância, o horror de uma guerra, uma violência sofrida, um amor frustrado. Imagine só ter a possibilidade de simplesmente apagar da mente, como se nunca tivesse acontecido. Que sonho!

Mas como na vida real ainda não existe esta tecnologia, como então podemos nos livrar dessas lembranças que nos causam dor? Eu me esforço pra entender e, mais ainda, encontrar maneiras de fazer isso. Mas a única coisa que consegui até hoje, foi perceber que não são somente as lembranças ruins que causam angustia não. Lembranças boas podem causar uma dor inimaginável.

Mesmo que a gente se esforce para guardar algumas dessas lembranças numa espécie de gaveta, no fundo de um armário, no porão, escondido no mais profundo e esquecido lugarzinho da alma, elas não podem ser apagadas. Não estão mortas, não estão aniquiladas, extinguidas. Elas podem ficar nesse lugar perdido por bastante tempo. Podem ficar esquecidas por muitos anos.

Ou não.

Elas podem simplesmente resistir à expulsão e se recusar a sair. Às vezes fingem aceitar que não são bem vindas e ficam quietinhas, disfarçadamente, como que brincando de esconde-esconde com a gente. E quando menos esperamos – ou quando esperamos, mas não conseguimos evitar – eis que uma brechinha da porta se abre e lá estão elas, vivíssimas, em alta definição, ansiosas, nos olhando com seus olhinhos brilhantes, afoitos por uma pequena chance de se libertar. E fazer seu doce estrago.

E não precisa muito. Basta um cheiro, uma voz, um objeto, um som, um gesto, um lugar... são como chaves que abrem as fechaduras da alma e libertam as lembranças, misturando por um instante, tempo e espaço, alegria e dor.

A esse momento foi dado o nome de Saudade.

Não importa o quanto nos esforcemos, lutemos, corramos desesperados, em fuga. Uma hora ou outra elas sempre nos alcançam. Na menor oportunidade, cravam suas garras no nosso coração, tentando se prender a qualquer custo. Tentando sobreviver ao esquecimento.

Pensando bem... até que “Uma Mente Sem Lembranças”, como no título do filme, possui um “Brilho Eterno” realmente tentador...



(continua abaixo...)