Pílulas (Frase da Semana)

s vezes nossas escolhas erradas podem nos levar ao caminho certo."

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domingo, 27 de novembro de 2011

"No Tempo em que os Animais Falavam..."


Hoje eu ouvi um termo que há muito ñ é usado. Na TV, um escritor, falando sobre seu novo livro de contos infantis, comentou que quando era pequeno, as histórias começavam com “no tempo em que os animais falavam...”.

Nossa, um filme passou na minha cabeça naquela hora. Eu também ouvi histórias do tempo em que os animais falavam. Também sou de uma época em que este era o parâmetro para definir quão antiga era uma história. Eu também, como muitas crianças, acreditei que houve realmente esse tempo, essa época. Que infância feliz eu tive!

No tempo em que os animais falavam, tudo era muito diferente. No tempo em que os animais falavam, os vizinhos se conheciam e se cumprimentavam no portão. As crianças brincavam na rua até cansar – a paciência da mãe em chamar pra dentro. E computador era um troço estranho do trabalho do pai.

No tempo em que os animais falavam, havia alegria. Os natais eram encantados, os doces não engordavam e as músicas eram para se cantar junto. Fotografias eram para registrar o momento, e amizades eram para registrar uma vida.

No tempo em que os animais falavam, havia confiança. Fazer compras na quitanda e “anotar” o valor, pago só no final do mês. Sem cartão de crédito, sem promissórias, sem SPC, SERASA. Havia saúde. Banho de sol era remédio e banho de chuva era estimulante. Parar pra pensar na vida era o melhor calmante.

No tempo em que os animais falavam, os sonhos eram pequenos e possíveis. O mundo era tão grande, até onde a vista alcançasse. Até onde os pés alcançassem. Tão real, tão possível. Tão atingível. Os livros eram as “companhias aéreas” que levavam mais longe no tempo e no espaço, e os destinos não tinham limites.

No tempo em que os animais falavam, havia ingenuidade. Maior privilégio dado a um ser humano. A felicidade mais verdadeira e genuína está na inocência, repelente de todos os males. Não há dor quando há inocência. Não há decepção quando há inocência.

No tempo em que os animais falavam, tudo era diferente. Até que um dia eles se calaram. Então não houve mais alegria. Não houve mais confiança. Não houve mais pequenos sonhos possíveis. Acabou-se a ingenuidade.

No tempo em que os animais falavam... eu cresci.






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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Redes sociais



Nos últimos tempos têm-se falado bastante a respeito do crescimento das redes sociais e em como isso tem mudado o mundo que se conhecia. Virou até tema de redação. Novas formas de se relacionar, novas maneiras de conviver, novas formas de se conhecer pessoas, quem não está inserido nesse novo meio social fica meio perdido e começa a ter idéias equivocadas sobre essa nova forma de comunicação.

Começou-se então a se especular sobre o perfil das pessoas que interagem através dessas redes. Têm sido caracterizadas como pessoas solitárias, com dificuldades de relacionamento (no mundo real) e que precisam desse meio “virtual” para se sentir incluído ao mundo. Que sua vida se torna mais “virtual” que “real” e que isso está acabando com a capacidade do homem de interagir com outros “seres humanos”.

Esta é uma idéia muito equivocada. Engana-se quem afirma que a pessoa que se relaciona por meio da internet é menos social. Esquecem-se que do outro lado do PC, existe também um ser humano, tão social quanto. É um ser humano que responde os posts, é um ser humano que compartilha os textos que lhes tocam, que cutuca pra mostrar que lembrou de alguém, que "curte" para qua a pessoa saiba que ele leu o que ela postou, que expõe suas fotos e a sua vida.

Claro, não há interação física, realmente. Não a um primeiro momento. Mas se há honestidade, pode haver então uma conexão maior até, que é da alma. Porque na net, longe das vistas e da necessidade de impressionar ou agradar, as pessoas tendem a ser mais sinceras, mais objetivas. Esquecendo que tem mesmo outro ser humano do lado de lá, acompanhando tudo q ele faz, ele abre seu coração e acaba mostrando o que há de mais íntimo, mesmo quando não é essa a intenção. Ele se faz conhecer, ou melhor, se permite conhecer, e esse conhecimento vai além da aparência, tão valorizada nos encontros pessoais.

Nunca trocarei o prazer de encontrar um amigo pessoalmente e bater altos papos, jogados num sofá, no banco de um ônibus, na mesa de uma lanchonete ou numa caminhada (adoro). Mas na net, a rede social "estica" a conversa. Ela mantém a ligação mesmo quando o tempo acaba, quando os afazeres são muitos e não permitem os encontros. Ela reencontra velhos amigos de infância e mantém novos amigos por perto, mesmo que longe. Não existe mais distância geográfica, todos estão à distância de um clique. Longe dos olhos, eternamente perto do coração...

Tem como ser mais social que isso?!


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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Hipocrisia Disfarçada

      
“Se tem uma coisa que eu me orgulho nessa vida, é da minha humildade!”

                Parece brincadeira, piada... Mas eu conheço pessoas assim, e elas sequer percebem. Inteligentes, bem relacionados, e muito bem intencionados, estão sempre a dar os melhores conselhos e dispostos a serem os melhores amigos e conselheiros. Defendem as minorias com unhas e dentes, pois se julgam parte delas. Nunca trazem a glória para si. Mas se deliciam ao sentir o gostinho doce do reconhecimento e da popularidade, ainda que disfarçada com extrema resignação.

                Dizem que o pior tolo é aquele que se julga sábio. Sua opinião é sempre a mais relevante, e seu ponto de vista soberano. Mas tudo bem se ninguém os entende, afinal, se consideram sempre incompreendidos pela “massa ignorante” que os rodeia. E o que ele faz, então? Une-se a outros “sábios”, para juntos, discutirem a vida dos pobres mortais desprovidos da mesma inteligência e perspicácia das quais foram agraciados, agradecendo a Deus por tamanha benevolência. Se consideram justos, piedosos, muito santos. Mas desprezam os outros dissimuladamente.

Pobre deles. Derrubados por sua própria ignorância, sequer percebem que sua soberba os faz tropeçar. Não vêem que eles se tornam iguais – senão piores – do que aqueles a quem tanto julgam. Condenam as máscaras que vêem nos outros, mal sabem que suas próprias feições são bem mais repugnantes. Não sabem que aqueles a quem julgam têm por defesa sua própria ignorância. Mas o “juiz” não será absolvido por sua maledicência.  Não querem lembrar que o sol nasce para todos, e que o amor de Deus repousa com carinho especial sobre os pequeninos.

Com sua visão limitada pela arrogância caiada, não conseguem perceber que a verdadeira sabedoria está em pequenas coisas, nos pequenos gestos. No calar, no saber ouvir. Em compreender as mais simples palavras e conseguir ver grandeza em cada uma delas. Na capacidade de aceitar e amar o próximo com todas suas características, e não “apesar dos defeitos”. Está na competência de conseguir ajudar o outro a encontrar suas próprias respostas, sem impor a sua verdade.  Porque o verdadeiro sábio é aquele que reconhece sua própria ignorância.     


Sei que a carapuça deveria servir em muita gente. Mas “fulano de tal” é que dava certinho com esse texto, né não?


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domingo, 7 de agosto de 2011

O que me choca


Acordei hoje com um documentário na MTV sobre a Amy Winehouse, sua carreira, sucessos, polêmicas... Eu ñ era uma fã, nem conhecia mto seu trabalho. Só um pouco do talento, impossível de não notar. E, claro, as polêmicas. Não importa o quão talentosa uma pessoa seja, aliás, ñ importa quem uma pessoa seja. As pessoas sempre lembrarão dela na mesma medida das polêmicas que ela causou...

No caso da Amy (nossa, q intimidade, rs), a morte repentina e tão precoce fez chover na mídia toda sua trajetória de envolvimento com drogas e álcool. Vi muitos programas de TV, sites e inúmeros comentários sobre a sua transformação de moça simples – gordinha até – em um espectro magro, abatido, doente. Sua degradação a céu aberto. Vi sobre os shows cancelados, a voz desafinada, o andar desajeitado, a maquiagem borrada, o cabelo despenteado.

Vi crueldade. Vi satisfação com o fim trágico dessa história. Vi pessoas celebrarem o resultado de uma vida desregrada, usando como exemplo negativo, justificando os meios pelo fim. Vi intolerância. Vi julgamentos. Vi incompreensão.

Nada disso me choca, infelizmente. A vida dela e tudo q ela fez e passou não me choca nem um pouco. O que me choca é ver pessoas demonstrarem tão pouco amor pelo ser humano. O que me choca é ver pessoas, algumas que até se consideram “cristãs”, se justificando pelo erro do outro, usando o sofrimento alheio pra mostrar o quão “perfeitos e corretos” são por serem tão “diferentes” dela. Comentários como “bem feito”, “esse era o fim que ela merecia”, “ta vendo, isso é q dá”, choveram nas redes sociais, como se ninguém percebesse que dentro daquele corpo magro, embaixo de todo aquele cabelo estiloso, das tatuagens e da maquiagem pesada, havia um ser humano, igualzinho a eles, sofrendo as mesmas dores, fracassos e desilusões que qualquer pessoa está sujeita a sentir... Poderia acontecer com qualquer um. Na verdade, já está acontecendo, aos montes.

Falta de amor. Isso sim me choca...


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terça-feira, 26 de julho de 2011

Maratona



Ja faz um tempinho que eu ñ apareço, mas é que os últimos meses têm sido mesmo corridos, tanta coisa ao mesmo tempo, ainda ñ deu nem pra respirar...

Primeiro foi a monografia, que quase por um milagre eu consegui fazer toda em pouco mais de 1 mês e sem orientador (a minha achou de parir antes da hora e me deixou na mão). Mas o q importa é que deu tudo certo, eu consegui entregar, apresentar e ainda tirei 10! \o/

Depois disso foi último estágio de Saúde da Mulher. Ñ que tenha sido mais trabalhoso que os outros, mas toma mto tempo... E nem foi tão bom como eu esperava... Além disso, começou uma reforma em casa, que ficou praticamente de cabeça p baixo, pra troca do piso!

Assim que fiquei de férias, mudei temporariamente pra casa de mamãe, no Maiobão (a reforma finalmente chegou ao meu quarto, tive q sair), então veio o niver de Ana Maria. Mta coisa pra fazer, decoração, docinhos... Mas a festinha foi linda! Na mesma semana nasceu a Catarina, filhinha da minha amiga Elcy, e é claro que a tia babona tinha que estar lá por perto, dando uma assistência!

Na semana seguinte, preparativos para a formatura, que foi dia 14, depois Aula da Saudade (que foi dia 19) e Culto Ecumênico (que foi dia 20). Passei quase 2 semanas em meio a ensaios, roupas, cabelos e maquiagem. Mas foi tudo lindo, ótimo, to mto feliz de terminar essa etapa da minha vida!

E no fim da maratona, ainda teve o casamento de Fernanda e Luís (do qual eu muito honradamente fui madrinha), a 1ª apresentação do Ministério Viver (do qual eu agora faço parte) e o DR Cohatrac, q eu ñ participei mas fui dar o ar da graça (e apoio moral) ao menos no último culto (24.07).

Ufa... cansou, hein? E olha q tem mta coisa q eu ñ descrevi aqui, senão ninguém teria paciência  p ler (nem msm eu!)...

Agora que as coisas parecem estarem mais calmas, é o coração que ta pilhado... entre outras coisas, está a difícil decisão pela pós-graduação... muitas opções, poucas certezas... mas isso aí ja é assunto p outro post!


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terça-feira, 24 de maio de 2011

boas maneiras


Essa semana eu vi uma cena q me deixou pensativa. Na verdade, é uma cena bem comum, em que um idoso entra no ônibus lotado e ninguém se levanta pra dar-lhe o lugar. Na ocasião, além de mim, só haviam homens jovens sentados nos bancos preferenciais. Acho q já da pra imaginar o q aconteceu, né? Um dos caras mto educado percebeu a situação, e levantou-se, dando o lugar para a velhinha.

Ei, acorda!! É claro que não foi isso que aconteceu! Os caras ficaram lá, fingindo que não tavam vendo nada e eu fui q tive que levantar! rs

Mas a questão aqui que me fez pensar é o fato de que, as mulheres lutaram tanto por liberdade, direitos iguais, e só o que conseguiram foram “deveres iguais”. Tripla jornada de trabalho, estresse, competição, doenças cardíacas, filhos mal educados...

Não sou uma defensora do movimento feminista, muito menos sou machista. Mas não posso deixar de observar (e lamentar) o que nós mulheres perdemos ao longo nesse caminho. Tantas transformações fizeram com que mudassem também até os conceitos de educação, gentileza, coisas que no passado eram ensinados com muito afinco dentro de casa, hoje passam desapercebidos pela maioria, e já não se sabe se é realmente indispensável.

Gestos simples masculinos, como o de puxar a cadeira ou dar o lugar para a moça sentar, abrir a porta do carro, não deixá-las carregar objetos pesados, pagar a conta, já não são considerados “necessários”. Eu sinceramente lamento. Ao contrário do que podem pensar algumas feministas, eu nunca vi nada de machista nesses atos. Muito pelo contrário. Tais gestos não diminuíam a mulher em nada, pelo contrário, as exaltava. São demonstrações de respeito. Como quem fica de pé na presença de uma autoridade, ou não inicia a refeição antes do anfitrião dê a 1ª garfada.

Mas nem tudo está perdido. Ainda há lugares em que se praticam tais coisas espontaneamente, sem nenhum peso na consciência ou orgulho ferido. E são apreciados. Um amigo americano me disse algumas semanas atrás que lá é um absurdo ver um ônibus lotado de homens sentados e mulheres em pé! Idosas e gestantes então? Quase crime! Coisa corriqueira em nossa terrinha, diga-se de passagem.
Longe de mim enaltecer ao americanos (nada contra, só ñ julgo necessário), mas é mto bom ver que ainda existem lugares onde a mulher é tratada com respeito e valorizada. Não como um ser frágil e desamparado, mas com toda dignidade de um ser que merece ser honrado.

Que fique para nós o exemplo...

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sexta-feira, 13 de maio de 2011

"Le pouvoir de la musique"




Interessante como a música tem a capacidade marcar nossas vidas. Ela tem o poder de se entrelaçar ao nosso passado, nossa história e, principalmente, nossas lembranças. Como pequenas chaves ou botões que, uma vez ativados, abrem uma caixinha de memórias relacionadas – ou não – a ela.

Não só as lembranças são trazidas à tona, mas a música consegue trazer também as emoções, sentimentos. Não importa o tempo que se passou, a sensação que sentimos ao ouvir uma música que marcou um momento é impressionantemente a mesma vivida na ocasião. Mesmo que por um breve instante, uma rápida experiência de dèjavú acontece incontrolável, inevitável...

Muitas músicas marcaram muitos eventos importantes da minha vida. Mais até do que agora. Momentos que foram decisivos, pequenos instantes que mudaram a direção da minha vida. Ou, simplesmente, acontecimentos que me definiram e que me tornaram quem eu hoje sou, ainda que não se perceba qualquer ligação hoje em dia.

A música tem também esta força mobilizadora. Ela te resgata e te convida a voltar às origens, a se lembrar quem você era antes de ser quem você é e, principalmente, permitir a si mesmo refletir sobre o que o trouxe até aqui. Cada decisão, cada escolha, cada curva, paradas e corridas frenéticas. Cada instante desses tem sua trilha sonora, e é ela que adorna a história da sua vida.



"Depois do silêncio, 
aquilo que mais aproximadamente 
exprime o inexprimível é a música."
 (Aldous Huxley)


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