Esse post devia ter sido feito um ano atrás. Mas como só agora eu consegui colocar as idéias em palavras, ainda ta valendo...
Durante toda nossa vida somos ensinados a ser persistente, nunca desistir dos nossos sonhos, a ter muita fé. O que esquecem de nos ensinar é que a vida é feita também de fracassos e perdas. Às vezes irreparáveis. Inevitáveis. O resultado é que quando não somos capazes de perceber as limitações implícitas nos nossos desejos, terminamos por passar muito tempo insistindo num erro.
Essa insistência desmedida torna-se tão prejudicial que podemos não conseguir perceber quando a fé se transformou em obsessão e a persistência em birra. Podemos estar nos gastando, correndo, batalhando, nos cansando por uma causa já à muito perdida. Com a visão exageradamente focada como quem busca uma miragem, querendo o impossível, corremos o risco de perder, além de um tempo precioso, a oportunidade de olhar para o outro lado e construir novos sonhos, desejos, anseios, objetivos, só que dessa vez, mais palpáveis, mais possíveis, mais REAIS.
Ainda preciso aprender essa diferença entre fé e insistência. Em que momento preciso tomar atitudes e partir para a ação, ou quando é a vez de esperar Deus trabalhar. Se posso realmente descansar, acreditando a toda a batalha já está ganha, só porque a Bíblia diz que “somos mais que vencedores”.
O fato de que "a vitória ja nos foi dada" não nos isenta da luta.
Aprendemos a valorizar tanto o “não desistir dos seus sonhos”, que esquecemos que também existe virtude em reconhecer o fracasso e saber o momento certo de sair de cena. Desperdiçamos a dignidade que há em reconhecer o erro, aceitar nossas limitações, a guerra perdida e ainda assim seguir em frente, sem constrangimentos. Tendo enfim a consciência de que foi feito tudo o que era possível – e até impossível. Lutamos o bom combate... mas não foi dessa vez.
A derrota é temporária, e não podemos nos esquivar dela pra sempre. O fracasso é só o fim de mais um capítulo de nossa história. Outro então de iniciará, com chances renovadas e, dessa vez, recheadas com as experiências vividas e temperadas com todos os aprendizados do fracasso que passou.
Pois como diz o bom e velho ditado: “Errar é humano. Mas persistir no erro já é burrice!”
"Nada em mim foi covarde,
nem mesmo as desistências:
nem mesmo as desistências:
desistir, ainda que não pareça,
foi meu grande gesto de coragem."
Caio F. Abreu
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