Pílulas (Frase da Semana)

s vezes nossas escolhas erradas podem nos levar ao caminho certo."

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Um Conto do Desencanto

Escrevi esse texto em Setembro de 2011, lembrei dele hj e resolvi registra-lo aqui, junto com meus outros pensamentos...



"Certa vez uma jovem moça encontrou em seu caminho uma plantinha. A plantinha aparentemente nada tinha de especial mas, por alguma razão que a razão desconhece, a jovem se afeiçoou daquela plantinha e a levou para casa. A plantinha passou a fazer parte de sua vida, e todos os dias a jovem cuidava para que ela crescesse forte e saudável, pois sabia, no íntimo, que um dia ela se tornaria uma grande árvore, forte e frondosa, e daria muitos frutos.


A jovem sonhou.

Sua sombra acalentaria os cansados e seus frutos alimentariam uma multidão. Seu tronco forte sustentaria os altos galhos, tão alto que se destacaria entre as outras árvores, seria referência aos viajantes desavisados. Suas raízes seriam tão profundas, que nenhum vento forte ou tremor da terra seriam capaz de derrubá-la. Com muito carinho, ela a regava sempre que podia, tirava as ervas daninhas que teimavam em crescer à sua volta, dando-lhe todo o espaço que precisava para crescer.


A jovem sonhou.

Mas um dia, a plantinha não estava mais lá. Alguém a havia levado embora. Dia após dia, seus pequeninos frutos, ainda verdes, foram sendo arrancados, um a um. Seus galhos foram podados até que já não fizessem mais sombras. Em solo infértil, suas raízes se entranharam, mas então aquela plantinha simplesmente parou de crescer.

E a jovem?

Aquela plantinha já não era mais sua – na realidade nunca houvera sido. Fora do seu alcance, nada mais podia fazer. A ela só restou o sonho.

Mas ela não sonhou mais. Ela seguiu em frente.




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quinta-feira, 28 de março de 2013

Acesso Negado






Como muitos sabem, tenho experimentado mudanças bem radicais este ano. Mudei-me de cidade, de Estado, de vida. Nova casa, novo emprego, novos colegas, novos sabores, novos climas, novas roupas, novos planos, novas perspectivas.

A adaptação tem sido até mais rápida do que eu esperava. Claro que nos primeiros dias foi bem difícil, a saudade e o sentimento de perda vieram na bagagem, e antes mesmo que se aquietassem, deram lugar ao medo. Medo do desconhecido, medo de não dar certo, medo de arrependimentos, medo de não conseguir. Mas o tempo passa a junto com ele todos esses “excessos de bagagem” passam junto com ele, dando lugar a uma sensação de vida nova, de recomeço. A partir do zero novamente.

O que tenho percebido é que quando estamos passando por uma mudança assim, tão grande, não há muito espaço para lembranças e saudades. É muito diferente lembrar-se de algo que traz saudade quando se está tão longe – geograficamente – daquele ambiente onde aconteceu. Difícil explicar. Até consigo pensar nas coisas que ficaram para trás, mas ao menor sinal de saudade, antes mesmo que a sensação de dor apareça, essas lembranças se afastam ligeiras, como se fugissem de volta para o lugar ao qual elas pertencem. A sensação de “o que passou, passou” é mais forte que nunca e mal consigo olhar para trás. E quando tento, só o que vejo são imagens borradas, de uma vida que não mais me pertence.

Creio que esse é um meio de involuntariamente nos defendermos do medo do novo. Porque no novo não há espaço para as velhas coisas. Um sai, outro entra. Um termina e o outro começa. Enquanto nos mantemos amarrados ao passado, sonhando em reviver as velhas coisas, a novidade de vida nunca chega a se tornar uma realidade, né?

Acho que ainda não consegui explicar claramente essa sensação de “acesso negado” em relação à saudade do que vivi há até poucos meses atrás. Mas que fique bem claro que aqui me refiro a coisas, e não pessoas. Circunstâncias, e não momentos. Minha história permanece viva em minhas memórias, mas no momento elas afetam cada vez menos a minha vida presente. Uma nova história está sendo construída, e eu estou tendo o privilégio de poder observar cada tijolinho sendo colocado.



"Viver no passado é uma ocupação tola e solitária; olhar para trás tensiona os músculos do pescoço, e faz com que você se encontre com aquilo que não está no seu caminho."


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domingo, 27 de janeiro de 2013

Tudo de novo outra vez



Eventos repetidos são ótimos meios de percebermos o quanto nós mudamos – ou não – em determinado período de tempo. Quando as situações se repetem, a maneira como reagimos às situações dão uma boa dica de como o tempo e as novas experiências são capazes realmente de produzir crescimento e amadurecimento.
Um exemplo? Vou me mudar. Amanhã estarei em um avião, em direção a uma vida totalmente nova e imprevisível em outro Estado. Do extremo Norte, ao extremo Sul do país. Não poderia ser mais radical! rs.
Mas não é a primeira vez que faço uma mudança assim, definitiva. Sete anos atrás, a essa altura do ano eu estava dividida entre muitas despedidas, trocas de lembranças, últimos passeios, últimos abraços, últimas fotos, muitos choros e velas. Tudo muito extremo, tudo muito sofrido, tudo muito “nunca mais”. Depois da mudança foi muita dificuldade de comunicação, muita solidão, muita insegurança, muito arrependimento...
E um ano depois, cá estava eu de volta. Aquele “pra sempre” teve a validade de exatos 11 meses!  
Tudo é tão diferente agora. A começar pelo fato de que não existe “nunca mais”. O mundo mudou em 7 anos, e a comunicação não é mais um problema. Os relacionamentos também mudaram, muitos destes dos quais eu me despeço amanhã, estarão falando comigo no dia seguinte, curtindo minhas fotos, compartilhando minhas postagens, trocando sms. Serão tão presentes quanto já são. Até as distâncias mudaram, pois passagens são cada vez mais baratas e muito mais acessíveis. Podemos ir a qualquer lugar em 10x sem juros. Isso é um sonho! rs
Mais do que isso, EU mudei. Não sou mais a menina assustada, insegura e dependente da presença constante dos amigos. A pessoa que eu sou hoje sabe que eles são eternos, desde que verdadeiros. Sabe que pode ser quem realmente é sem medo de julgamentos. Falar o que pensa, demonstrar o que sente, fazer o que acha que deve ser feito. A Simone de hoje sabe que não existe “para sempre“. Nada é definitivo. E por isso a Simone de hoje não tem medo, e nem hesita em tomar uma atitude tão radical, em busca de um sonho que nunca imaginara que poderia se tornar real tão cedo.
A Simone de hoje não precisa de choro e de vela.
Porque a Simone de hoje está feliz. =)



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