Essa semana eu conheci uma nova série de
TV e já me apaixonei. É “Being Erica”,
uma série canadense, nem sei se foi exibida no Brasil. A história é de uma
mulher de 32 anos, solteira, sem emprego e nada dá certo na vida dela. Erica se
sente uma loser, uma fraude, e não consegue entender
direito como chegou até ali. Afinal, ela era uma “promessa”: é estudada, inteligente, bonita, gente boa…
Mas acredita que tomou alguns caminhos errados ao longo da vida. Ela então tem
a oportunidade de fazer uma terapia beeeeem diferente (e
ficcional, claro) – com a ajuda do “Dr. Tom”, Erica pode voltar ao passado,
reviver algumas situações que provocam arrependimento e mudar aquilo que ela
considera que foi uma escolha errada.
Nem
todas as más escolhas são escolhas erradas. Ninguém tem bola de cristal para visualizar o futuro cada
vez que uma decisão precisa ser tomada. E também ninguém tem como saber como
seria o futuro se a escolha tivesse sido diferente. Então não há garantias de
que uma decisão aparentemente mal feita, não foi a melhor naquele contexto,
pois foi ela que nos trouxe até onde chegamos e sem ela não poderíamos ter
consciência disso. São as pequenas escolhas erradas que nos ensinam a fazer as
grandes escolhas certas.
Não
existe Loser, por que a gente sempre
faz tudo que faz, com os recursos que a gente tem. Não se
deve sentir culpa por ter feito aquelas escolhas, porque naquele contexto, era
tudo que tinha a fazer. Ninguém faz escolhas erradas propositalmente. É
muito fácil olhar para trás e ver uma série de erros, quando já estamos de fora
e sabemos o que aconteceu depois. Nós só podemos decidir entre as opções
que nos são apresentadas, mas não podemos escolher que opções serão estas. Se
tivermos A ou B em nossa frente, não podemos escolher K. Além disso, todas as nossas ações são fruto de um conjunto de
fatores que são definidos de acordo com a nossa maturidade, capacidade de
análise, senso de responsabilidade, motivação pessoal, interferência de outras
pessoas, enfim, uma série de condicionantes diretamente ligados ao momento
específico em que estamos. Como o ser humano é altamente mutável, em cada
momento da nossa vida temos recursos diferentes para fundamentar nossas
escolhas. Portanto contextos diferentes requerem escolhas diferentes. O certo e
o errado só são comprovados tempos depois, de acordo com as conseqüências geradas.
"São
as escolhas que você faz que definem quem você é". Isso é um fato. Qualquer decisão que eu
tivesse tomado de diferente, me impediriam de ser a pessoa que sou hoje. Se eu
poderia ter me tornado uma pessoa melhor ou ter uma vida mais próspera? Nunca
saberei. Mas eu prefiro acreditar mais em quem eu realmente sou que em quem
poderia ter sido.
"Nossas vidas são como torres de
cartas. Algumas delas são enfeites, enquanto que outras são colunas, que
sustentam todas as outras. Remova uma dessas colunas, e tudo desaba. Tire o que
te faz de você "você", e se tornarás outra pessoa"
(Dr. Tom,
personagem do seriado "Being Erica")
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