Existe limite para o amor? O que seria amar de mais ou amar de menos? Como isso pode ser medido?
Vemos e ouvimos o tempo todo histórias e conselhos sobre o amor, sobre como se deve amar e, principalmente, como não se deve. O senso comum nos mostra em textos, canções e histórias o perigo que é amar demais. É no mínimo interessante considerar que o sentimento mais nobre que existe possa ter seu lado macabro, destrutivo. Não posso dizer que eles estão de todo errados.
Amar demais é arriscado. E você não percebe isso até não tenha mais como voltar atrás. É como investir seu bem mais precioso - seu coração - em um negócio que não tem garantia nenhuma. E que no fundo, vc já sabe que não haverá retorno algum.
Amar demais é caro. Existe um preço alto a ser pago, e quem paga essa conta é você. Você paga com atenção, apoio, carinho, afeto, tempo, cuidado, disposição, e nem sempre recebe na mesma proporção. Pode chegar a não receber absolutamente nada...
Amar demais é renúncia. É se importar com a vida de alguém mais do que com seu próprio bem estar. É ter que escolher qual necessidade precisa ser suprida primeiro, e ter coragem de abrir mão do seu conforto em benefício do outro.
Mas amar demais vale a pena. E não é tão difícil explicar o porque.
Amar demais transforma vidas. Se não a sua, certamente a do outro. Amar “mais-ou-menos” não faz diferença na vida de ninguém, não gera mudança alguma. Não opera milagres. Amar demais não é defeito. Nem qualidade. É somente o ápice, o gesto maior de altruísmo e abnegação que foi dado ao ser humano a possibilidade de oferecer. E o mais verdadeiro exemplo que temos é do próprio Deus, quando foi capaz de “amar o mundo de TAL maneira...” (Jo 3:16).
Se o próprio Deus foi capaz de "amar demais", a ponto de dar a própria vida por pobres pecadores miseráveis e estranhos que nada tinham a oferecer, como poderia eu, recebedora imerecida de tal amor, ter coragem de me negar a dar um tiquinho desse amor a quem quer que fosse?
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