Da série “coisas
que não nos ensinam sobre a vida”, hoje quero falar mais um pouco sobre nossas
escolhas, e onde elas deveriam nos levar.
Todo mundo tem
um sonho. Não precisa ser grandioso. Pode ser um desejo bem simples, uma
profissão, um determinado tipo de casa, um estilo de vida. Todos têm uma idéia
de onde querem estar daqui a 20, 40 ou 60 anos. E alcançar esse alvo seria de
certa forma algo muito simples, quase óbvio; se eu tenho um objetivo na vida,
ou um sonho, devo fazer um plano para realizá-lo e, a partir daí, fazer
escolhas que me levem até a concretização deste. Tão fácil, não é? Sem mistério...
Mas não é o que
fazemos. Pelo contrário, nós andamos como cegos, dizendo ‘sim’ ou ‘não’ para
todas as oportunidades que surgem na nossa frente, na esperança de que ‘o
destino nos leve até lá’ milagrosamente. Mudamos de planos cada vez que uma
porta se fecha ou outra se abre, inventamos novos sonhos cada vez que as circunstâncias
mudam. Vamos nos adaptando às mudanças sutilmente. Ou não.
Mas aí o tempo,
implacável, vai passando e então nos damos conta – por vezes tarde demais – de que
tomamos um caminho tão contrário ao que queríamos, que melhor seria escolher
outro sonho para não ter que lamentar a perda, ou para tentar ser feliz assim mesmo. E
aí como consolo, dizemos que foi ‘vontade de Deus’. Podemos realmente nos
conformar ou esperar, acreditar que ‘se for para ser, a vida nos levará até lá’.
Mas não sei se é bem assim que funciona. Certamente não tem funcionado comigo.
É verdade que
muitas vezes o resultado é muito melhor do que o esperado. Um futuro do qual
nem poderíamos imaginar pode acontecer mesmo. Mas confiar nisso é uma escolha
arriscada. Muito além de sorte e acaso, são as escolhas certas – e tomadas racionalmente –
que podem aumentar as nossas chances de termos a vida que desejamos. E essa
verdade, infelizmente não nos é devidamente ensinada no início da vida, quando
temos todas as possibilidades ao nosso alcance. A consciência de que somos
responsáveis por nossas vidas, por nosso destino.
O Senhor nos dirige os passos. Mas não anda em nosso lugar.
Deus nos fez
com capacidade de raciocínio, consciência, discernimento, livre-arbítrio.
Devemos usá-los. Você pode acreditar em destino, ou vontade de Deus, e eu não
contesto isso. É possível realmente que todos os caminhos levem a um só lugar,
o que ‘era para ser’ ou que ‘estava escrito’. Mas ter consciência do caminho a
tomar nos permite chegar ao alvo dando menos voltas, menos tropeços e, perdendo
menos tempo corrigindo erros, começando e recomeçando, podemos desfrutar a
recompensa por muito mais tempo.
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